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domingo, 1 de junho de 2014

Crenças Silenciosas: Tempo vs Espaço

Crenças Silenciosas

Capítulo 2: Tempo vs Espaço

Tomo por base a definição de crenças apresentado no capítulo anterior e a acrescento o adjetivo "silenciosas".
Crenças Silenciosas são afirmações, negações, desejos, aceitações e perguntas que as pessoas fazem, porém não tem a ideia que a simples frase por ela dita contém, silenciosamente, ou seja, involuntariamente (languidamente / vagarosamente), algumas outras crenças ocultas.
Quando você pergunta "Que horas são?" ou então "Que dia é hoje?", você espera, evidentemente, que alguém com um relógio ou com um calendário, lhe responda de maneira exata. Aí vem uma pergunta; Em que você acredita quando realiza essas perguntas? (uma referente ao tempo e outra referente ao espaço) Você acredita que o tempo existe, que ele passa, que pode ser medido em horas, que o passado é diferente do presente e o futuro é diferente deste momento. O passado pode ser lembrado ou esquecido e o futuro, desejado ou temido. Portanto, com isso podemos perceber que uma simples pergunta traz, silenciosamente, crenças.
A necessidade da humanidade em medir e marcar praticamente tudo o que lhe é acessível, modificou-lhe a percepção de tempo. Os povos antigos tinham uma maneira diferente de viver em relação ao tempo e ao espaço que lhes rodeavam, comparados aos povos modernos. Isso ocorre pois quanto menos os povos dependem da tecnologia para suas atividades cotidianas, mais o tempo é regulado pelos indicadores da natureza - Marés, estações, dia, noite, clima. A medida que o capitalismo com a divisão do trabalho cresceu, obrigou-se a necessidade de haver um registro do tempo de vida social. Tal mudança reflete o modo como a humanidade lhe dá com o tempo, tal fato é exemplificado na eficiente frase de Thompson "O tempo se converte em moeda, não passa... Se gasta". Tudo é medido e controlado, o tempo deixa de ser vivido e sentido e agora se torna, com a mudança de espaço social e do próprio avanço do tempo, algo relativo e passageiro.
Portanto é conveniente se dizer "Quando estamos?" e não "Onde estamos?" Pois a palavra onde se refere a uma Realidade Espacial e quando a uma Realidade Temporal. Agora são no Brasil duas horas da tarde (14:00) e na Inglaterra são cinco horas da tarde (17:00), mas a Inglaterra não está vivendo num futuro e o Brasil num passado ou então a Inglaterra não está vivendo num presente e o Brasil num passado. Em dois espaços diferentes, o tempo presente é diferente! Porém em ambos os espaços, o tempo é presente! É o agora, é o que se vive neste momento.
Isso demonstra que o  tempo é relativo e que seu transcorrer não depende de nós. Um exemplo disso é que quando estamos à espera de algo muito desejado ou alguém muito querido, o tempo parece não passar, a demora é interminável; Olhamos para o relógio e vemos o tempo passando, mesmo sem corresponder a nossa impressão. Ao contrário, outro exemplo é que se estamos numa situação de satisfação (em todos os sentidos), o tempo parece que voa, passa velozmente, ainda que esteja registrado no relógio que se passaram horas. O parecer na impressão da pessoa e o tempo na realidade, dependendo do espaço e da situação em que a pessoa está inserida, são diferentes, isso demonstra a plena relação tempo e espaço.
A você leitor, lanço algumas questões para sua reflexão. Você crê na existência do tempo? Você crê que o tempo pode ser medido por instrumentos (relógio ou cronômetros)? E você notou o quanto de crenças silenciosas há nas perguntas "Que horas são"? E "Onde estou"?


J.R. Michel Monteiro                     Domingo, 1º de Junho de 2014                                 Blogger

Capítulo 1: Introdução a crenças
Capítulo 2: Crenças Silenciosas: Tempo vs Espaço
Capítulo 3: Próximo domingo 08/06/2014

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