Powered By Blogger

domingo, 29 de junho de 2014

Crenças Silenciosas: Causa vs Efeito

Crenças Silenciosas

Capítulo 6: Causa vs Efeito


Quando se diz: "Onde há fumaça há fogo" ou "Não saia na chuva para não se resfriar", afirma-se silenciosamente algumas crenças: Acreditamos que existem relações de causa e efeito entre as coisas, que coisas tem sua existência determinada por uma causa, ou então que essa coisa é causa de outra (o fogo é uma causa e a fumaça é seu efeito, a chuva é causa do resfriado ou o resfriado é efeito da chuva). Acreditamos portanto que a realidade é repleta de causalidades, que as coisas, os fatos, as situações se desencadeiam em relações de causa e efeito que pode ser conhecidas ou controladas por nós.
A existência de algo se dá através de sua causa geradora, uma causa determina a existência de um efeito que é consequencial. Tudo o que existe é derivado de uma causa, portanto é coerente afirmar que causa é referente a toda origem de um acontecimento, a busca por essa origem reflete diretamente na causa do acontecimento, já o efeito é a ocasião, a  consequência dessa causa seja ela de ordem humana (homem), seja de ordem natural (natureza).
A causalidade, a ocasião e a consequência são coisas que necessariamente podem ocorrer ou deixar de ocorrer. Causas podem ser necessárias (como a chuva) ou acidentais (como o fogo) e seus efeitos podem ser possíveis (como a fumaça) ou ocasionais (como o resfriado). 
Há ainda causas que humanos conseguem identificar, porém os mesmos não conseguem distinguir a existência dessas causas, já seus efeitos são mais fáceis de serem distinguidos e além disso, diferenciado de outros efeitos.
Um efeito só existe a partir de uma causa que lhe condicione a existência, portanto a causa ocorre antes do efeito, e ele pode a longo período se acumular e gerar outras causas ou outros efeitos. Por exemplo, na frase "Não saia na chuva para não se resfriar" o resfriado é efeito da chuva, porém se esse efeito se intensificar, o resfriado a longo período se torna uma rinite ou uma gripe, dizemos que a rinite ou a gripe se tornou efeito do resfriado, que se tornou efeito da chuva, portanto fica claro neste exemplo que causas e efeitos tem um desencadeamento limitado (em determinados casos)  e ainda que a relação causa e efeito é sistemática pois ambos são dependentes para gerar fatos, situações, ocasiões, ...
Portanto, a causa é tudo aquilo que gera (dá origem) a um acontecimento e ela pode ser necessária  ou acidental (tanto para a ordem humana, quanto para a natural)  e efeito é a consequência desta causa ou o resultado desta e ela pode ser possível ou ocasional.




J.R. Michel Monteiro                  Domingo, 29 de Junho de 2014                                 BLOGGER




Capítulo 1: Introdução a crenças
Capítulo 2: Crenças Silenciosas: Tempo vs Espaço
Capítulo 3: Crenças Silenciosas: Realidade vs Sonho
Capítulo 4: Crenças Silenciosas: Razão vs Loucura
Capítulo 5: Crenças Silenciosas: Qualidade vs Quantidade
Capítulo 6: Crenças Silenciosas: Causa vs Efeito
Capítulo 7: Próximo domingo 06/07/2014

domingo, 22 de junho de 2014

Crenças Silenciosas: Qualidade vs Quantidade

Crenças Silenciosas

Capítulo 5: Qualidade vs Quantidade


Ao se afirmar que uma casa é mais bonita que a outra, que ele está mais jovem que ela, enfim, em determinados tipos de comparação entre dois ou mais acontecimentos acreditamos que coisas, pessoas, situações e os fatos podem ser avaliados e julgados pela sua qualidade (bonito, feio, bom, ruim, triste, alegre,...) marcado por adjetivos que caracterizam os acontecimentos comparativos e pela sua quantidade (muito, pouco, mais, menos, maior, menor,...) marcado por advérbios que intensificam estas características. Julgamos, assim, que as qualidades e as quantidades existem, que podemos conhecê-las e usá-las cotidianamente.
A nossa apreciação sobre algo se dá pela nossa razão e julgamos pela nossa consciência. Oralmente e gramaticalmente, falamos ou escrevemos comparações colocando a quantidade antecedendo a qualidade na grande maioria das vezes. Um exemplo disso é a frase que está no início desta redação, observem que afirmamos "Isto é mais/menos bonito que aquilo" a quantidade (mais/menos) antecede a qualidade (bonito), na nossa fala isso se mantém, porém há também os que dizem e escrevem "Isso é bonito mais/menos que aquilo" e assim, inverte a ordem, Porém observem que a frase ao ser colocada ou falada de uma determinada maneira, tem seu sentido alterado. Na frase "Isto é mais/menos bonito que aquilo" acredita-se que o "isto" apresenta uma beleza (plástica, visual) avantajada comparada com "aquilo"(usando a quantidade mais) ou então que o "aquilo" apresenta uma beleza mais avantajada comparada com "isto" (usando a quantidade menos), porém tanto isto quanto aquilo são bonitos, o diferencial é o avantajado do "isto" ou do "aquilo", é um fator que torna "isto" mais ou menos bonito que o "aquilo" e vice-versa. Já quando você em sua fala ou escrita coloca a qualidade na frente da quantidade (o que é menos comum) você acredita que apenas uma coisa é o bonito, ou é o "isto" (usando a quantidade mais) ou o "aquilo" (usando a quantidade menos). 
A quantidade e a qualidade vêm interligadas entre si nas frases e afirmações, como já foi dito, na maioria das vezes se é colocado na fala ou na escrita a quantidade antecedendo a qualidade, porém ambas vêm sempre juntinhas em uma comparação. O "como" estabelece igualdade entre os dois termos (isto e aquilo), logo se conclui que a qualidade de "isto" é exatamente igual a proporção da quantidade de "aquilo" e vice-versa.
Cremos na existência de uma qualidade e quantidade e que ambos são diferentes ou iguais entre si e essa relação entre a qualidade representada pelo adjetivo e a quantidade representada pelo advérbio indicam o estado de espírito ou de existência de corpos materiais e imateriais do nosso cotidiano.



J.R. Michel Monteiro                      Domingo, 22 de Junho de 2014                                  Blogger


Capítulo 1: Introdução a crenças
Capítulo 2: Crenças Silenciosas: Tempo vs Espaço
Capítulo 3: Crenças Silenciosas: Realidade vs Sonho
Capítulo 4: Crenças Silenciosas: Razão vs Loucura
Capitulo 5: Crenças Silenciosas: Qualidade vs Quantidade
Capítulo 6: Próximo domingo 29/06/2014


domingo, 15 de junho de 2014

Crenças Silenciosas: Razão vs Loucura

Crenças Silenciosas

Capítulo 4: Razão vs Loucura

Na afirmação "Ele(a) ficou maluco(a)" você acredita silenciosamente em saber diferenciar sanidade mental e loucura. A sanidade mental é atrelada à razão, razão esta homogênea e maluca é a pessoa que, de determinado modo, "perde a razão". Não há cientificamente a possibilidade de um ser humano perder completamente a razão, pois é ela que diferencia-o dos demais animais e o torna ser mais complexo e, consequentemente, superior. Chega-se então a conclusão de que o homem por ser racional é superior a outros membros do reino animal.
A razão é um processo onde são organizados intelectualmente motivos, certezas, causas e hipóteses para a resolução de problemas momentâneos ou duradouros e também para o alcance eficiente de objetivos mentalmente pré-estabelecidos.
A pessoa maluca é aquela que inventa uma realidade existente apenas para ela, a razão homogênea que é a comum, torna-se indicadora de uma "sã mental". Na loucura temos também a racionalidade manifestada a medida em que há a "adaptação" do louco à loucura, do maluco à maluquice, porém essa racionalidade é manifestada involuntariamente no indivíduo, enquanto que os de mentalidade sãs, ou seja, os detentores de uma razão absoluta (o que é idealizável ou algo utópico) tem a racionalidade manifestada de forma tanto voluntária quanto involuntária mas eficientemente dirigida a uma causa homogênea (Essa eficiência que classifica o nível de razão de um ser humano).
Os loucos iludem-se involuntariamente e ainda que não gostamos das mesmas coisas (realidade homogênea) ao criar uma realidade existente apenas para você, você será considerado louco dependendo dos ideais dos indivíduos que o considera, tomando para si a realidade da sociedade para o seu "julgamento" (seja uma afirmação satírica ou de brincadeira, seja reincidente e séria).
Não há como um louco ser louco sem sua razão, e a razão de um louco é mais complexa para o entendimento que a de uma pessoa com sanidade mental, há uma distinção nos níveis de conhecimento de cada uma, porém a razão que torna são, pode tornar louco e vice-versa.
Não existe alguém que perca a razão, pois a razão não deve ser considerada como algo que podemos ter ou não ter, possuir e perder ou recuperar e sim como algo fruto da ordem humana e manifestada de diferentes formas na mente de cada indivíduo.



J.R. Michel Monteiro                    Domingo, 15 de Junho de 2014                            BLOGGER


Capítulo 1: Introdução a crenças
Capítulo 2: Crenças Silenciosas: Tempo vs Espaço
Capítulo 3: Crenças Silenciosas: Realidade vs Sonho
Capítulo 4: Crenças Silenciosas: Razão vs Loucura
Capítulo 5: Próximo domingo 22/06/2014

domingo, 8 de junho de 2014

Crenças Silenciosas: Realidade vs Sonho

Crenças Silenciosas

Capítulo 3: Realidade vs Sonho

Ao você se referir a alguém acordado, "você esta sonhando", pelo fato desta pessoa dizer ou pensar em algo impossível ou improvável, em que você acredita quando realiza esta pergunta? É perceptível que, dentro desta situação, você crê silenciosamente que sonhar é diferente do estar na realidade. No sonho, tanto o impossível quanto o improvável, apresentam-se como possível e provável. Com base nisso, o sonho relaciona-se com o irreal e a vigilância com o que acontece na realidade. Acredita-se então que, a realidade é externa a você e o sonho é intrínseco a cada indivíduo. Você crê que sabe diferenciar realidade de ilusão.
O que há é uma contradição entre visão e realidade, o que você vê não existe (dentro de uma esfera imaginativa) e o que existe não é visto por você (dentro de uma esfera perceptiva), aquilo que é real, existe, o que é proveniente do sonho, há de ser imaginado e não passa de uma dimensão paralela, porém distinta do que é real (Ilusionistas utilizam desta contradição entre visão e realidade para a boa sucessão de seus números mágicos).
Por um lado, parece estar tudo dentro da normalidade na realidade, por outro, parece que tudo poderia estar errado, fruto da ilusão.
A você leitor, lanço algumas questões para sua reflexão. Será que percebemos as coisas como realmente elas são? (Lembre-se, há uma diferença entre real e imaginação), O que é perceber? E o que é realidade? 



J.R. Michel Monteiro                     Domingo, 08 de Junho de 2014                              Blogger


Capítulo 1: Introdução a crenças
Capítulo 2: Crenças Silenciosas: Tempo vs Espaço
Capítulo 3: Crenças Silenciosas: Realidade vs Sonho
Capítulo 4: Próximo domingo 15/06/2014

domingo, 1 de junho de 2014

Crenças Silenciosas: Tempo vs Espaço

Crenças Silenciosas

Capítulo 2: Tempo vs Espaço

Tomo por base a definição de crenças apresentado no capítulo anterior e a acrescento o adjetivo "silenciosas".
Crenças Silenciosas são afirmações, negações, desejos, aceitações e perguntas que as pessoas fazem, porém não tem a ideia que a simples frase por ela dita contém, silenciosamente, ou seja, involuntariamente (languidamente / vagarosamente), algumas outras crenças ocultas.
Quando você pergunta "Que horas são?" ou então "Que dia é hoje?", você espera, evidentemente, que alguém com um relógio ou com um calendário, lhe responda de maneira exata. Aí vem uma pergunta; Em que você acredita quando realiza essas perguntas? (uma referente ao tempo e outra referente ao espaço) Você acredita que o tempo existe, que ele passa, que pode ser medido em horas, que o passado é diferente do presente e o futuro é diferente deste momento. O passado pode ser lembrado ou esquecido e o futuro, desejado ou temido. Portanto, com isso podemos perceber que uma simples pergunta traz, silenciosamente, crenças.
A necessidade da humanidade em medir e marcar praticamente tudo o que lhe é acessível, modificou-lhe a percepção de tempo. Os povos antigos tinham uma maneira diferente de viver em relação ao tempo e ao espaço que lhes rodeavam, comparados aos povos modernos. Isso ocorre pois quanto menos os povos dependem da tecnologia para suas atividades cotidianas, mais o tempo é regulado pelos indicadores da natureza - Marés, estações, dia, noite, clima. A medida que o capitalismo com a divisão do trabalho cresceu, obrigou-se a necessidade de haver um registro do tempo de vida social. Tal mudança reflete o modo como a humanidade lhe dá com o tempo, tal fato é exemplificado na eficiente frase de Thompson "O tempo se converte em moeda, não passa... Se gasta". Tudo é medido e controlado, o tempo deixa de ser vivido e sentido e agora se torna, com a mudança de espaço social e do próprio avanço do tempo, algo relativo e passageiro.
Portanto é conveniente se dizer "Quando estamos?" e não "Onde estamos?" Pois a palavra onde se refere a uma Realidade Espacial e quando a uma Realidade Temporal. Agora são no Brasil duas horas da tarde (14:00) e na Inglaterra são cinco horas da tarde (17:00), mas a Inglaterra não está vivendo num futuro e o Brasil num passado ou então a Inglaterra não está vivendo num presente e o Brasil num passado. Em dois espaços diferentes, o tempo presente é diferente! Porém em ambos os espaços, o tempo é presente! É o agora, é o que se vive neste momento.
Isso demonstra que o  tempo é relativo e que seu transcorrer não depende de nós. Um exemplo disso é que quando estamos à espera de algo muito desejado ou alguém muito querido, o tempo parece não passar, a demora é interminável; Olhamos para o relógio e vemos o tempo passando, mesmo sem corresponder a nossa impressão. Ao contrário, outro exemplo é que se estamos numa situação de satisfação (em todos os sentidos), o tempo parece que voa, passa velozmente, ainda que esteja registrado no relógio que se passaram horas. O parecer na impressão da pessoa e o tempo na realidade, dependendo do espaço e da situação em que a pessoa está inserida, são diferentes, isso demonstra a plena relação tempo e espaço.
A você leitor, lanço algumas questões para sua reflexão. Você crê na existência do tempo? Você crê que o tempo pode ser medido por instrumentos (relógio ou cronômetros)? E você notou o quanto de crenças silenciosas há nas perguntas "Que horas são"? E "Onde estou"?


J.R. Michel Monteiro                     Domingo, 1º de Junho de 2014                                 Blogger

Capítulo 1: Introdução a crenças
Capítulo 2: Crenças Silenciosas: Tempo vs Espaço
Capítulo 3: Próximo domingo 08/06/2014