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domingo, 3 de agosto de 2014

Conclusões e Crédito Final*

Crenças Silenciosas





Capítulo Final: Conclusões e Crédito Final*


Esses conflitos entre várias de nossas crenças e um saber estabelecido indicam a principal circunstância em que somos levados a mudar de atitude. Quando uma crença contradiz outra ou parece incompatível com outra, ou quando aquilo em que sempre acreditamos é contrariado por uma outra forma de conhecimento, entramos em crise. Algumas pessoas se esforçam para fazer de conta que não há problema algum e vão levando a vida como se tudo estivesse bem. Outras, porém, sentem-se impelidas a indagar qual é a origem, o sentido e a realidade de nossas crenças.
É assim que o conflito entre minha vontade e as regras de minha sociedade me levam a colocar a seguinte questão: sou livre quando quero ou faço algo que contraria minha sociedade, ou sou livre quando domino minha vontade e a obrigo a aceitar o que minha sociedade determina? Ou seja, sou livre ao seguir minha vontade ou quando sou capaz de controlá-la? Para responder a tal questão, precisamos fazer outras perguntas, mais profundas. Temos de perguntar "O que é a liberdade?", "O que é a vontade?", dentre outras.
Isso também ocorre com as experiências do tempo parado e do tempo veloz a do tempo marcado pelo relógio nos levando a indagar: "Como é possível que haja duas realidades temporais diferentes, a marcada pelo relógio e a vivida por nós?", "Qual o tempo real e verdadeiro?" a resposta a essas perguntas esta consistente a outra indagação: "O que é o tempo?"
Do mesmo modo, a diferença entre nossa percepção da imobilidade da terra e mobilidade do sol e o que ensina a astronomia leva-nos a perguntar: "Se não percebemos os movimentos da terra e se nossos olhos se enganam, será que poderemos sempre confiar em nossa percepção visual ou devemos sempre desconfiar dela?", "Será que percebemos as coisas tais como elas são?"a resposta a essas perguntas também está na indagação: "O que é perceber?"
O que está por trás de tais perguntas? O fato de que estamos mudando de atitude ao buscar as suas respostas. Quando o que era o objeto de crença aparece como algo contraditório ou problemático e por isso se transforma em indagação ou interrogação, estamos passando de atitude costumeira à atitude de compreensão de nossa vida.
Essa mudança de atitude indica algo bastante precioso: quem não se contenta com as crenças ou opiniões preestabelecidas, quem percebe contradições e incompatibilidades entre elas, quem procura compreender o que elas são e por que são problemáticas está exprimindo um desejo, o desejo do saber.
Como se notou ao longo de todos os capítulos desta série, nossa vida cotidiana é toda feita de crenças silenciosas, da aceitação de coisas e idéias que nunca questionamos porque nos parecem naturais, óbvias. Cremos na existência do espaço e do tempo, na realidade exterior e  na diferença entre realidade e sonho, assim como na diferença entre sanidade mental ou razão e loucura. Cremos na existência das qualidades e das quantidades. Cremos que somos seres racionais capazes de conhecer as coisas e por isso acreditamos na existência da verdade e na diferença entre verdade e mentira; cremos também na objetividade e na diferença entre ela e a subjetividade. Cremos na existência da vontade e da liberdade e por isso cremos na existência do bem e do mal, crença que nos faz aceitar como perfeitamente natural a existência da moral e da religião. Cremos também que somos seres que naturalmente necessitamos de nossos semelhantes e por isso tomamos como fato óbvio e inquestionável a existência da sociedade com suas regras, normas, permissões e proibições.



J.R. Michel Monteiro                            Domingo, 03 de Agosto de 2014                                        Blogger

*Todos os capítulos desta série tiveram suas base e fundamentos retirados da obra  Convite à Filosofia. Marilena Chauí. Ed. Ática. 13ª Edição. São Paulo. 2010 (pag.13-18) sendo modificado  e adaptado em cada redação conforme os temas de cada capítulo.




Capítulo 1: Introdução a crenças
Capítulo 2: Crenças Silenciosas: Tempo vs Espaço
Capítulo 3: Crenças Silenciosas: Realidade vs Sonho
Capítulo 4: Crenças Silenciosas: Razão vs Loucura
Capítulo 5: Crenças Silenciosas: Qualidade vs Quantidade
Capítulo 6: Crenças Silenciosas: Causa vs Efeito
Capítulo 7: Crenças Silenciosas: Visão vs Percepção
Capítulo 8: Crenças Silenciosas: Verdade vs Mentira
Capítulo 9: Crenças Silenciosas: Objetividade vs Subjetividade
Capítulo 10: Sociedade vs Necessidade de Semelhança
Capítulo Final: Conclusões e Crédito Final

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domingo, 27 de julho de 2014

Crenças Silenciosas: Sociedade vs Necessidade de Semelhança

Crenças Silenciosas



Capítulo 10: Sociedade vs Necessidade de Semelhança


Ao dizermos que alguém é "legal" porque tem os mesmos gostos, as mesmas idéias, respeita ou despreza as mesmas coisas que nós e tem atitudes, hábitos e costumes muito parecidos com os nossos, estamos, silenciosamente, acreditando que a vida com as outras pessoas (família, amigos, escola, trabalho, sociedade) nos faz semelhantes ou diferentes em decorrência de normas e valores morais, políticos, religiosos e artísticos, regras de conduta, finalidades de vida.
Achamos óbvio que todos os seres humanos seguem regras e normas de conduta, possuem valores morais, religiosos, políticos, artísticos, vivem na companhia de seus semelhantes e procuram distanciar-se dos diferentes dos quais discordam e com quais entram em conflito. Isso significa que acreditamos que somos seres sociais, morais e racionais, pois regras, normas, valores, finalidades só podem ser estabelecidos por seres conscientes e dotados de raciocínio.
Com isso, cremos na existência da vontade e da liberdade e por isso cremos na existência do bem e do mal, crença que nos faz aceitar como perfeitamente natural a existência da moral e da religião. Somos seres que naturalmente precisam de seus semelhantes e por isso tomamos como um fato óbvio e inquestionável a existência da sociedade com suas regras, normas, permissões e proibições. Haver sociedade é, para nós, tão natural como haver sol, lua, dia, noite, chuva, rios, mares, céus e florestas.




J.R. Michel Monteiro    Domingo, 27 de Julho de 2014         Blogger      







Capítulo 1: Introdução a crenças
Capítulo 2: Crenças Silenciosas: Tempo vs Espaço
Capítulo 3: Crenças Silenciosas: Realidade vs Sonho
Capítulo 4: Crenças Silenciosas: Razão vs Loucura
Capítulo 5: Crenças Silenciosas: Qualidade vs Quantidade
Capítulo 6: Crenças Silenciosas: Causa vs Efeito
Capítulo 7: Crenças Silenciosas: Visão vs Percepção
Capítulo 8: Crenças Silenciosas: Verdade vs Mentira
Capítulo 9: Crenças Silenciosas: Objetividade vs Subjetividade
Capítulo 10: Crenças Silenciosas: Sociedade vs Necessidade de Semelhança
Capítulo Final: Próximo Domingo 03/07/14

domingo, 20 de julho de 2014

Crenças Silenciosas: Objetividade vs Subjetividade

Crenças Silenciosas

Capitulo 9: Objetividade vs Subjetividade


Na briga, quando uma terceira pessoa pede às outras duas para que digam o que realmente viram ou que sejam "objetivas", ou quando falamos dos namorados como incapazes de ver as coisas como são ou como sendo "muito subjetivos", também temos várias crenças silenciosas. De fato, acreditamos que quando alguém quer defender muito intensamente um ponto de vista, uma preferência, uma opinião e é até capaz de brigar por isso, pode perder a objetividade e deixar-se guiar apenas pelos seus sentimentos e não pela realidade. Da mesma maneira, acreditamos que os apaixonados se tornam incapazes de ver as coisas como são, de ter uma "atitude objetiva", e que sua paixão os faz ficar "muito subjetivos".
Em que acreditamos, então? Acreditamos que ter objetividade é ter uma atitude imparcial que percebe e compreende as coisas tais como são verdadeiramente, enquanto a subjetividade é uma atitude parcial, pessoal, ditada por sentimentos variados (amor, ódio, medo, desejo). Assim, não só acreditamos que a objetividade e a subjetividade existem, como ainda acreditamos que são diferentes, sendo que a primeira percebe perfeitamente a realidade e não a deforma, enquanto a segunda não percebe adequadamente a realidade e, voluntária ou involuntariamente, a deforma.



J.R. Michel Monteiro     Domingo, 20 de Julho de 2014       Blogger






Capítulo 1: Introdução a crenças
Capítulo 2: Crenças Silenciosas: Tempo vs Espaço
Capítulo 3: Crenças Silenciosas: Realidade vs Sonho
Capítulo 4: Crenças Silenciosas: Razão vs Loucura
Capítulo 5: Crenças Silenciosas: Qualidade vs Quantidade
Capítulo 6: Crenças Silenciosas: Causa vs Efeito
Capítulo 7: Crenças Silenciosas: Visão vs Percepção
Capítulo 8: Crenças Silenciosas: Verdade vs Mentira
Capítulo 9: Crenças Silenciosas: Objetividade vs Subjetividade
Capítulo 10: Próximo domingo 27/07/2014

domingo, 13 de julho de 2014

Crenças Silenciosas: Verdade vs Mentira

Crenças Silenciosas

Capítulo 8: Verdade vs Mentira


Na briga, quando alguém chama o outro de mentiroso porque não estaria dizendo os fatos exatamente como aconteceram, está presente nossa crença de que há diferença entre verdade e mentira. A primeira diz as coisas tais como são, enquanto a segunda faz exatamente o contrário, distorcendo a realidade.
No entanto, a mentira é diferente de outros temas abordados nos capítulos anteriores como o sonho, a loucura e o erro, porque o sonhador, o louco e o que erra se iludem involuntariamente, enquanto o mentiroso decide voluntariamente deformar a realidade e os fatos.
Acreditamos assim que o erro e a mentira são falsidades, mas são diferentes pois somente na mentira há a decisão de falsear.
Ao diferenciarmos erro de mentira, considerando o primeiro uma ilusão ou um engano involuntário e a segunda uma decisão voluntária, manifestamos silenciosamente a crença de que somos seres dotados de vontade e que dela depende dizer a verdade e a mentira.
Ao mesmo tempo, porém, nem sempre avaliamos a mentira como alguma coisa ruim: não gostamos tanto de ler ficção, ver novelas, assistir filmes? E não são mentira? É que também acreditamos que quando alguém nos avisa que está mentindo, a mentira é aceitável; não é uma mentira "no duro", "pra valer".
Quando distinguimos entre verdade e mentira e diferenciamos mentiras inaceitáveis de mentiras aceitáveis, não estamos apenas nos referindo ao conhecimento ou desconhecimento da realidade, mas também ao caráter da pessoa, à sua moral. Acreditamos, portanto,  que as pessoas, porque possuem vontade, podem ser morais ou imorais, pois cremos que a vontade é o poder para escolher entre o bem e o mal. E sobretudo acreditamos que exercer tal poder é exercer a liberdade, pois acreditamos que somos livres porque escolhemos voluntariamente nossas ações, nossas idéias, nossos sentimentos.


J.R. Michel Monteiro        Domingo, 13 de Julho de 2014       Blogger







Capítulo 1: Introdução a crenças
Capítulo 2: Crenças Silenciosas: Tempo vs Espaço
Capítulo 3: Crenças Silenciosas: Realidade vs Sonho
Capitulo 4: Crenças Silenciosas: Razão vs Loucura
Capítulo 5: Crenças Silenciosas: Qualidade vs Quantidade
Capítulo 6: Crenças Silenciosas: Causa vs Efeito
Capítulo 7: Crenças Silenciosas: Visão vs Percepção
Capítulo 8: Crenças Silenciosas: Verdade vs Mentira
Capítulo 9: Próximo domingo 20/07/14

domingo, 6 de julho de 2014

Crenças Silenciosas: Visão vs Percepção

Crenças Silenciosas

Capítulo 7: Visão vs Percepção

O texto de hoje tem como principal objetivo dar maior destaque a relação existente entre aquilo que nós vemos e aquilo que percebemos que realmente é. Trata-se de um texto voltado para a relação olhos e mente ao olharmos para algo e imaginarmos como é de fato essa coisa. 
Ao se dizer, por exemplo, que o Sol é maior do que o vemos (o que de fato é), estamos acreditando que nossa percepção alcança as coisas de modo distinto, aquilo que eu imagino que seja diferente daquilo que vejo, é de fato o que imaginei (Você sabe que as folhas de um caderno ou de um livro normalmente são brancas por que você percebe sua cor a partir de sua visão, o que torna ela de fato, branca). Outras vezes as coisas que vemos são diferente daquilo que percebemos (o Sol, de fato, é maior do que o disco dourado que vemos ao horizonte), essa distinção também é dependente da distância, de nossas condições de visibilidade ou da localização e movimento do objeto que vemos. Outro exemplo da distinção existente entre aquilo que vemos e aquilo que percebemos em uma relação visão (ver)-mente (perceber) é que um avião ou um helicóptero é, na realidade, bem maior do que aquele objeto que vemos voar nos céus e que suas dimensões dependem da distância que o observador toma para sua visão, quanto mais longe da aeronave menor o tamanho que você a vê, quanto mais perto da aeronave maior o tamanho que você a vê (seja quando a aeronave esteja perto de você como observador ou você esteja perto da aeronave), mas na sua mente há a percepção que a aeronave tem um tamanho único.
Acreditamos que nossa visão pode ver as coisas diferentemente do que elas são, mas nem por isso diremos que estamos sonhando ou que ficamos malucos.
Acreditamos, assim, que vemos as coisas nos lugares em que elas estão ou do lugar em que estamos e que a sua percepção visual varia conforme elas estejam próximas ou distantes de nós. Isso significa que acreditamos que elas e nós ocupamos lugares no espaço e, portanto, cremos que este existe, pode ser diferenciado (perto, longe, alto, baixo) e medido (comprimento, largura, altura).
Vemos que o sol nasce a leste e se põe a oeste, que sua presença é o dia e sua ausência é à noite. Nossos olhos nos fazem acreditar que o sol se move à volta da terra e que este permanece imóvel. Quando, durante muitas noites seguidas, acompanhamos a posição das estrelas no céu, vemos que elas mudam de lugar e acreditamos que se movem à nossa volta, enquanto a terra permanece na imobilidade. No entanto, a astronomia demonstra que não é isso que acontece. A terra é um planeta num sistema cuja estrela central se chama sol, ou seja, a terra é um planeta do sistema solar e ela, juntamente com outros planetas, é que se move à volta do sol, num movimento de translação. Além desse movimento, ela ainda realiza um outro, o de rotação em torno de seu eixo invisível. O movimento de translação explica a existência do ano e o de rotação explica a existência do dia e da noite. Assim, há uma contradição entre nossa crença na imobilidade da terra e a informação astronômica sobre os movimentos terrestres. O que se pode concluir com isso? Temos a percepção do sol e das estrelas em movimento à volta da terra imóvel, mas a astronomia (especialidade neste caso) nos ensina o contrário.


J.R. Michel Monteiro                        Domingo, 06 de Julho de 2014                                         Blogger




Capítulo 1: Introdução a crenças
Capítulo 2: Crenças Silenciosas: Tempo vs Espaço
Capítulo 3: Crenças Silenciosas: Realidade vs Sonho
Capítulo 4: Crenças Silenciosas: Razão vs Loucura
Capítulo 5: Crenças Silenciosas: Qualidade vs Quantidade
Capítulo 6: Crenças Silenciosas: Causa vs Efeito
Capítulo 7: Crenças Silenciosas: Visão vs Percepção
Capítulo 8: Próximo domingo 13/07/2014

domingo, 29 de junho de 2014

Crenças Silenciosas: Causa vs Efeito

Crenças Silenciosas

Capítulo 6: Causa vs Efeito


Quando se diz: "Onde há fumaça há fogo" ou "Não saia na chuva para não se resfriar", afirma-se silenciosamente algumas crenças: Acreditamos que existem relações de causa e efeito entre as coisas, que coisas tem sua existência determinada por uma causa, ou então que essa coisa é causa de outra (o fogo é uma causa e a fumaça é seu efeito, a chuva é causa do resfriado ou o resfriado é efeito da chuva). Acreditamos portanto que a realidade é repleta de causalidades, que as coisas, os fatos, as situações se desencadeiam em relações de causa e efeito que pode ser conhecidas ou controladas por nós.
A existência de algo se dá através de sua causa geradora, uma causa determina a existência de um efeito que é consequencial. Tudo o que existe é derivado de uma causa, portanto é coerente afirmar que causa é referente a toda origem de um acontecimento, a busca por essa origem reflete diretamente na causa do acontecimento, já o efeito é a ocasião, a  consequência dessa causa seja ela de ordem humana (homem), seja de ordem natural (natureza).
A causalidade, a ocasião e a consequência são coisas que necessariamente podem ocorrer ou deixar de ocorrer. Causas podem ser necessárias (como a chuva) ou acidentais (como o fogo) e seus efeitos podem ser possíveis (como a fumaça) ou ocasionais (como o resfriado). 
Há ainda causas que humanos conseguem identificar, porém os mesmos não conseguem distinguir a existência dessas causas, já seus efeitos são mais fáceis de serem distinguidos e além disso, diferenciado de outros efeitos.
Um efeito só existe a partir de uma causa que lhe condicione a existência, portanto a causa ocorre antes do efeito, e ele pode a longo período se acumular e gerar outras causas ou outros efeitos. Por exemplo, na frase "Não saia na chuva para não se resfriar" o resfriado é efeito da chuva, porém se esse efeito se intensificar, o resfriado a longo período se torna uma rinite ou uma gripe, dizemos que a rinite ou a gripe se tornou efeito do resfriado, que se tornou efeito da chuva, portanto fica claro neste exemplo que causas e efeitos tem um desencadeamento limitado (em determinados casos)  e ainda que a relação causa e efeito é sistemática pois ambos são dependentes para gerar fatos, situações, ocasiões, ...
Portanto, a causa é tudo aquilo que gera (dá origem) a um acontecimento e ela pode ser necessária  ou acidental (tanto para a ordem humana, quanto para a natural)  e efeito é a consequência desta causa ou o resultado desta e ela pode ser possível ou ocasional.




J.R. Michel Monteiro                  Domingo, 29 de Junho de 2014                                 BLOGGER




Capítulo 1: Introdução a crenças
Capítulo 2: Crenças Silenciosas: Tempo vs Espaço
Capítulo 3: Crenças Silenciosas: Realidade vs Sonho
Capítulo 4: Crenças Silenciosas: Razão vs Loucura
Capítulo 5: Crenças Silenciosas: Qualidade vs Quantidade
Capítulo 6: Crenças Silenciosas: Causa vs Efeito
Capítulo 7: Próximo domingo 06/07/2014

domingo, 22 de junho de 2014

Crenças Silenciosas: Qualidade vs Quantidade

Crenças Silenciosas

Capítulo 5: Qualidade vs Quantidade


Ao se afirmar que uma casa é mais bonita que a outra, que ele está mais jovem que ela, enfim, em determinados tipos de comparação entre dois ou mais acontecimentos acreditamos que coisas, pessoas, situações e os fatos podem ser avaliados e julgados pela sua qualidade (bonito, feio, bom, ruim, triste, alegre,...) marcado por adjetivos que caracterizam os acontecimentos comparativos e pela sua quantidade (muito, pouco, mais, menos, maior, menor,...) marcado por advérbios que intensificam estas características. Julgamos, assim, que as qualidades e as quantidades existem, que podemos conhecê-las e usá-las cotidianamente.
A nossa apreciação sobre algo se dá pela nossa razão e julgamos pela nossa consciência. Oralmente e gramaticalmente, falamos ou escrevemos comparações colocando a quantidade antecedendo a qualidade na grande maioria das vezes. Um exemplo disso é a frase que está no início desta redação, observem que afirmamos "Isto é mais/menos bonito que aquilo" a quantidade (mais/menos) antecede a qualidade (bonito), na nossa fala isso se mantém, porém há também os que dizem e escrevem "Isso é bonito mais/menos que aquilo" e assim, inverte a ordem, Porém observem que a frase ao ser colocada ou falada de uma determinada maneira, tem seu sentido alterado. Na frase "Isto é mais/menos bonito que aquilo" acredita-se que o "isto" apresenta uma beleza (plástica, visual) avantajada comparada com "aquilo"(usando a quantidade mais) ou então que o "aquilo" apresenta uma beleza mais avantajada comparada com "isto" (usando a quantidade menos), porém tanto isto quanto aquilo são bonitos, o diferencial é o avantajado do "isto" ou do "aquilo", é um fator que torna "isto" mais ou menos bonito que o "aquilo" e vice-versa. Já quando você em sua fala ou escrita coloca a qualidade na frente da quantidade (o que é menos comum) você acredita que apenas uma coisa é o bonito, ou é o "isto" (usando a quantidade mais) ou o "aquilo" (usando a quantidade menos). 
A quantidade e a qualidade vêm interligadas entre si nas frases e afirmações, como já foi dito, na maioria das vezes se é colocado na fala ou na escrita a quantidade antecedendo a qualidade, porém ambas vêm sempre juntinhas em uma comparação. O "como" estabelece igualdade entre os dois termos (isto e aquilo), logo se conclui que a qualidade de "isto" é exatamente igual a proporção da quantidade de "aquilo" e vice-versa.
Cremos na existência de uma qualidade e quantidade e que ambos são diferentes ou iguais entre si e essa relação entre a qualidade representada pelo adjetivo e a quantidade representada pelo advérbio indicam o estado de espírito ou de existência de corpos materiais e imateriais do nosso cotidiano.



J.R. Michel Monteiro                      Domingo, 22 de Junho de 2014                                  Blogger


Capítulo 1: Introdução a crenças
Capítulo 2: Crenças Silenciosas: Tempo vs Espaço
Capítulo 3: Crenças Silenciosas: Realidade vs Sonho
Capítulo 4: Crenças Silenciosas: Razão vs Loucura
Capitulo 5: Crenças Silenciosas: Qualidade vs Quantidade
Capítulo 6: Próximo domingo 29/06/2014


domingo, 15 de junho de 2014

Crenças Silenciosas: Razão vs Loucura

Crenças Silenciosas

Capítulo 4: Razão vs Loucura

Na afirmação "Ele(a) ficou maluco(a)" você acredita silenciosamente em saber diferenciar sanidade mental e loucura. A sanidade mental é atrelada à razão, razão esta homogênea e maluca é a pessoa que, de determinado modo, "perde a razão". Não há cientificamente a possibilidade de um ser humano perder completamente a razão, pois é ela que diferencia-o dos demais animais e o torna ser mais complexo e, consequentemente, superior. Chega-se então a conclusão de que o homem por ser racional é superior a outros membros do reino animal.
A razão é um processo onde são organizados intelectualmente motivos, certezas, causas e hipóteses para a resolução de problemas momentâneos ou duradouros e também para o alcance eficiente de objetivos mentalmente pré-estabelecidos.
A pessoa maluca é aquela que inventa uma realidade existente apenas para ela, a razão homogênea que é a comum, torna-se indicadora de uma "sã mental". Na loucura temos também a racionalidade manifestada a medida em que há a "adaptação" do louco à loucura, do maluco à maluquice, porém essa racionalidade é manifestada involuntariamente no indivíduo, enquanto que os de mentalidade sãs, ou seja, os detentores de uma razão absoluta (o que é idealizável ou algo utópico) tem a racionalidade manifestada de forma tanto voluntária quanto involuntária mas eficientemente dirigida a uma causa homogênea (Essa eficiência que classifica o nível de razão de um ser humano).
Os loucos iludem-se involuntariamente e ainda que não gostamos das mesmas coisas (realidade homogênea) ao criar uma realidade existente apenas para você, você será considerado louco dependendo dos ideais dos indivíduos que o considera, tomando para si a realidade da sociedade para o seu "julgamento" (seja uma afirmação satírica ou de brincadeira, seja reincidente e séria).
Não há como um louco ser louco sem sua razão, e a razão de um louco é mais complexa para o entendimento que a de uma pessoa com sanidade mental, há uma distinção nos níveis de conhecimento de cada uma, porém a razão que torna são, pode tornar louco e vice-versa.
Não existe alguém que perca a razão, pois a razão não deve ser considerada como algo que podemos ter ou não ter, possuir e perder ou recuperar e sim como algo fruto da ordem humana e manifestada de diferentes formas na mente de cada indivíduo.



J.R. Michel Monteiro                    Domingo, 15 de Junho de 2014                            BLOGGER


Capítulo 1: Introdução a crenças
Capítulo 2: Crenças Silenciosas: Tempo vs Espaço
Capítulo 3: Crenças Silenciosas: Realidade vs Sonho
Capítulo 4: Crenças Silenciosas: Razão vs Loucura
Capítulo 5: Próximo domingo 22/06/2014

domingo, 8 de junho de 2014

Crenças Silenciosas: Realidade vs Sonho

Crenças Silenciosas

Capítulo 3: Realidade vs Sonho

Ao você se referir a alguém acordado, "você esta sonhando", pelo fato desta pessoa dizer ou pensar em algo impossível ou improvável, em que você acredita quando realiza esta pergunta? É perceptível que, dentro desta situação, você crê silenciosamente que sonhar é diferente do estar na realidade. No sonho, tanto o impossível quanto o improvável, apresentam-se como possível e provável. Com base nisso, o sonho relaciona-se com o irreal e a vigilância com o que acontece na realidade. Acredita-se então que, a realidade é externa a você e o sonho é intrínseco a cada indivíduo. Você crê que sabe diferenciar realidade de ilusão.
O que há é uma contradição entre visão e realidade, o que você vê não existe (dentro de uma esfera imaginativa) e o que existe não é visto por você (dentro de uma esfera perceptiva), aquilo que é real, existe, o que é proveniente do sonho, há de ser imaginado e não passa de uma dimensão paralela, porém distinta do que é real (Ilusionistas utilizam desta contradição entre visão e realidade para a boa sucessão de seus números mágicos).
Por um lado, parece estar tudo dentro da normalidade na realidade, por outro, parece que tudo poderia estar errado, fruto da ilusão.
A você leitor, lanço algumas questões para sua reflexão. Será que percebemos as coisas como realmente elas são? (Lembre-se, há uma diferença entre real e imaginação), O que é perceber? E o que é realidade? 



J.R. Michel Monteiro                     Domingo, 08 de Junho de 2014                              Blogger


Capítulo 1: Introdução a crenças
Capítulo 2: Crenças Silenciosas: Tempo vs Espaço
Capítulo 3: Crenças Silenciosas: Realidade vs Sonho
Capítulo 4: Próximo domingo 15/06/2014

domingo, 1 de junho de 2014

Crenças Silenciosas: Tempo vs Espaço

Crenças Silenciosas

Capítulo 2: Tempo vs Espaço

Tomo por base a definição de crenças apresentado no capítulo anterior e a acrescento o adjetivo "silenciosas".
Crenças Silenciosas são afirmações, negações, desejos, aceitações e perguntas que as pessoas fazem, porém não tem a ideia que a simples frase por ela dita contém, silenciosamente, ou seja, involuntariamente (languidamente / vagarosamente), algumas outras crenças ocultas.
Quando você pergunta "Que horas são?" ou então "Que dia é hoje?", você espera, evidentemente, que alguém com um relógio ou com um calendário, lhe responda de maneira exata. Aí vem uma pergunta; Em que você acredita quando realiza essas perguntas? (uma referente ao tempo e outra referente ao espaço) Você acredita que o tempo existe, que ele passa, que pode ser medido em horas, que o passado é diferente do presente e o futuro é diferente deste momento. O passado pode ser lembrado ou esquecido e o futuro, desejado ou temido. Portanto, com isso podemos perceber que uma simples pergunta traz, silenciosamente, crenças.
A necessidade da humanidade em medir e marcar praticamente tudo o que lhe é acessível, modificou-lhe a percepção de tempo. Os povos antigos tinham uma maneira diferente de viver em relação ao tempo e ao espaço que lhes rodeavam, comparados aos povos modernos. Isso ocorre pois quanto menos os povos dependem da tecnologia para suas atividades cotidianas, mais o tempo é regulado pelos indicadores da natureza - Marés, estações, dia, noite, clima. A medida que o capitalismo com a divisão do trabalho cresceu, obrigou-se a necessidade de haver um registro do tempo de vida social. Tal mudança reflete o modo como a humanidade lhe dá com o tempo, tal fato é exemplificado na eficiente frase de Thompson "O tempo se converte em moeda, não passa... Se gasta". Tudo é medido e controlado, o tempo deixa de ser vivido e sentido e agora se torna, com a mudança de espaço social e do próprio avanço do tempo, algo relativo e passageiro.
Portanto é conveniente se dizer "Quando estamos?" e não "Onde estamos?" Pois a palavra onde se refere a uma Realidade Espacial e quando a uma Realidade Temporal. Agora são no Brasil duas horas da tarde (14:00) e na Inglaterra são cinco horas da tarde (17:00), mas a Inglaterra não está vivendo num futuro e o Brasil num passado ou então a Inglaterra não está vivendo num presente e o Brasil num passado. Em dois espaços diferentes, o tempo presente é diferente! Porém em ambos os espaços, o tempo é presente! É o agora, é o que se vive neste momento.
Isso demonstra que o  tempo é relativo e que seu transcorrer não depende de nós. Um exemplo disso é que quando estamos à espera de algo muito desejado ou alguém muito querido, o tempo parece não passar, a demora é interminável; Olhamos para o relógio e vemos o tempo passando, mesmo sem corresponder a nossa impressão. Ao contrário, outro exemplo é que se estamos numa situação de satisfação (em todos os sentidos), o tempo parece que voa, passa velozmente, ainda que esteja registrado no relógio que se passaram horas. O parecer na impressão da pessoa e o tempo na realidade, dependendo do espaço e da situação em que a pessoa está inserida, são diferentes, isso demonstra a plena relação tempo e espaço.
A você leitor, lanço algumas questões para sua reflexão. Você crê na existência do tempo? Você crê que o tempo pode ser medido por instrumentos (relógio ou cronômetros)? E você notou o quanto de crenças silenciosas há nas perguntas "Que horas são"? E "Onde estou"?


J.R. Michel Monteiro                     Domingo, 1º de Junho de 2014                                 Blogger

Capítulo 1: Introdução a crenças
Capítulo 2: Crenças Silenciosas: Tempo vs Espaço
Capítulo 3: Próximo domingo 08/06/2014

domingo, 25 de maio de 2014

Conceito de Crenças

Redação feita tendo por base a obra: Convite à Filosofia de Marilena Chauí. Ed. Ática.13ª Edição. São Paulo, SP. 2010.

A partir de hoje, semanalmente aos domingos será publicado novos capítulos sobre as relações entre crenças mais comuns do cotidiano humano.


Capítulo 1: Introdução a crenças

Quando acreditamos em ações e ideias que temos o costume de ter ou fazer e  muitas vezes fazemos pelo simples fato de ser uma tradição cotidiana, ou que se torna uma necessidade pessoal para a integração de um vazio interior, ou não passa de ações relativamente comuns e normais pode-se afirmar que tais ações e ideais são consideradas crenças pelo individuo que a segue.
As crenças estão manifestadas em nosso dia a dia nas relações entre indivíduos em uma sociedade, elas são necessárias e desejáveis para a manutenção de laços entre a população. Elas podem ser sintetizadas em um conjunto de coisas ou ideias em que acreditamos sem questionar, que caem em nossa aceitação por serem óbvias e evidentes.
Mesmo sendo assimilada de modo espontâneo em nossa mente, nós temos a liberdade de acreditar ou não em certas crenças impostas pela sociedade. Determinadas crenças podem não ter fundamento algum que comprove sua veracidade, normalmente são as mais rejeitadas, porém há a necessidade humana de acreditar naquilo que lhe traz maior ou menor confortabilidade e, em determinados casos, julgá-las quanto a sua eficácia em sua vida.
A partir deste conceito, será desenvolvido uma série de capítulos retratando os tipos de crenças mais comuns que ocorrem no cotidiano humano e será feito uma análise entre essas crenças (geralmente dicotômicas e dependentes) onde será retratado o por que acreditamos no que está exposto.O principal objetivo é de trazer uma maior reflexão e maior eficiência naquilo que se acreditamos.

J.R. Michel Monteiro                Domingo, 25/05/2014                                                     Blogger

Capítulo 1: Introdução a crenças.      
Capítulo 2: Próximo domingo 01/06/2014

segunda-feira, 31 de março de 2014

Ditadura Militar: 21 Anos Repressivos

O regime militar instaurado através de um golpe de estado em 1964 foi um dos vários momentos obscuros da história brasileira e que traz genuínas lembranças negativas (e algumas positivas) para a população em geral, visto que, evidentemente o que grande parte da população que viveu e presenciou esse período político lembra foi um período "negro" durante 21 anos onde um sentimento e clima de retaliação vigorava na sociedade. O povo vivia conforme o regime do "cale-se", militares suntuosos onde sua própria suntuosidade exacerbada levava-os a acreditar que uma população inteira sentia-se satisfeita com um regime político de coibição, prefiro acreditar que é realmente coisa do egocentrismo. Privar o ser humano do direito de liberdade que é a coisa mais primal e valiosa que foi conquistado após lutas, batalhas e até revoluções é algo absolutamente inconcebível. Há de se destacar que houve um progresso na economia brasileira durante esse período, porém em uma ditadura o "calar a boca" do povo e o viver em um ambiente ao qual a qualquer momento você pode se tornar vítima de represálias, perseguições, prisões e até morte traz a tona toda a maneira execrável de administrar um país e que merece todo o nosso repúdio. Muitas mortes, muitos desaparecimentos e após anos e anos de espera inicia-se uma investigação sobre as coisas vergonhosas ocorridas durante tal período, adiantará em algo? Há muito de se saber sobre esse triste período histórico, muitas coisas estão fora do alcance do público, o sigilo em documentos históricos, depoimentos e casos de desaparecimento torna difícil a ação desses investigadores, dificilmente haverá punição. Hoje, 50 anos após a ditadura ainda existe pessoas que defendem tal regime arbitrário e intolerante; São pessoas que merecem viver a idade antiga, a idade média de volta, pois em um mundo moderno e contemporâneo a defesa e aceitação da omissão, da arbitrariedade e da violência é totalmente depreciatório e ultrapassado. Sou a favor da ampla liberdade em todos os sentidos humanos, do respeito e principalmente da manutenção da ética e dos valores humano que é algo essencial para a vida.

J.R. MICHEL MONTEIRO                                                                              BLOGGER

sábado, 29 de março de 2014

Vai o sol outra vez brilhar?

Música pertencente à Bonnie Raitt. Título Original: Will the Sun Ever Shine Again


"Chove como um pranto de nuvens feridas;
E a escuridão continua a reinar;
Qual caminho seguir sem saber se há a andar?
Vai o sol outra vez outra vez brilhar?

Cai um temporal sem medidas nem prazo;
Raios e trovões que dá medo olhar;
Como prosseguir sem saber se há caso?
Vai o sol outra vez brilhar?

E se essa chuva imensa, nunca parar de cair;
E se esse céu cinzento, não mais se colorir;
Pode ser que em breve amanheça outro dia, e que a provação logo vá terminar;
Como prosseguir se não há garantia?
Vai o sol outra vez... aparecer?

Quando será? ... não sei dizer;
Mas quanto tempo ainda esperar?
Para o sol outra vez  brilhar."

J.R. Michel Monteiro                        Blogger               Tema: Lírico Musical

https://www.youtube.com/watch?v=X1qTu6fGO98

sábado, 22 de março de 2014

O sentido da vida

O principal sentido da vida é você ter pensamento, pois esta é a forma que evidencia-o como um ser vivo e ainda corresponder com sua existência da forma e da maneira que lhe for conveniente (cometendo seus próprios atos) e ser responsável pelo resultado e pela consequência que vier.

J.R. Michel Monteiro                                Blogger